Eu vi, mas não vi
Internet! Nela, sites, e-mails, músicas, filmes, blogs, redes sociais, informação, informação, informação. O tempo todo a todo o tempo!
Já viu seus e-mails hoje? Checou as atualizações de todas as suas redes sociais? E falando em redes sociais, viu aquela surgida recentemente? Recentemente, eu digo, há menos de uma hora? Não está conectada no seu suporte de bate – papo? Onde você está? Você já leu sobre este assunto? E aquele? E aquele outro? Está por fora? Oras, em que mundo vocês vive???
O dia tem 24 horas, dessas eu poderia jurar que aproximadamente oito eu gasto em função da Internet. Se não de forma “corrida”, “quebrada”, mas de alguma maneira eu estou lá. No meu mundinho paralelo. Então, aproximadamente oito horas diárias da minha vida são dedicadas a isto no qual escrevo agora, computador. Mas o computador por si só, não tem graça. Viva a tecnologia, e a “graça alcançada” com o advento da Internet!
Nessas oito horas quanta informação bombardeia meu cérebro? Não sei. E nem sei se quero saber. O exagero sempre me assusta. Exagero? Mas eu ainda estou por fora das últimas notícias! E há o risco de eu conhecer o novo, quando ele já for velho.
Pois bem, que me critiquem os “cibernéticos constantes”, mas minha cabeça não suporta tanta informação. Minha memória não da conta de armazenar tantos dados, tanta coisa, tanta coisa, tanta coisa. Todo esse muito, muitas vezes é nada. Porque muitas vezes, tudo que eu li, que eu vi, eu não “guardei”. Eis aqui um paradoxo! Eu li mais, vi e aprendi mais, e ao mesmo tempo fiz tudo isso menos. Perguntem onde eu salvo a maioria das coisas que vejo na “rede”? Ali. Ali mesmo, na rede. No máximo uso um estepe: uma pasta no computador, um pen drive, ou um bloco de notas.
Uma vez, eu precisava usar o cérebro para guardar um texto inteiro. Atualmente, se eu lembrar de uma frase, uma expressão, por menor que seja, o resto, o “Google faz”.
Eu possuo mais conhecimento. Mas ele está mais fora do que dentro de mim.
E eu passo as oito horas do dia recebendo informações...
As vezes me sinto como um personagem do filme “Pulse”, prestes a perder a vida, contaminada por um vírus mortal vindo de um mundo paralelo, que infectou computadores e celulares, e estes não podem ser desligados...
Já desligou seu computador hoje? Deixou de lado o seu celular por pelo menos uma hora? Já parou pra ver se está chovendo ou fazendo sol lá fora? Lembra de ouvir um passarinho cantando? Abraçou sua mãe? Comeu sentada na mesa de jantar e não na do computador?
Se tiver respondido não para mais de uma dessas perguntas, cuidado! O vírus já está em você! E a constatação: você mesmo deixou ele crescer em você, quando passou a viver mais virtualmente do que fisicamente.
PS: eu não sou uma apocalíptica do mundo virtual, eu apenas faço questão de poder continuar vivendo de verdade, sentindo de verdade, todas as dores, amores, alegrias e tristezas, que só a realidade que eu posso “tocar” pode me dar. E não, não tente me convencer que isso eu posso ter via “touch screen”.

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